Da Dissertação de 1770 à Crítica da Razão Pura: o desenvolvimento da posição kantiana
OBJETIVO:
Investigar o desenvolvimento da posição filosófica de Kant com foco na mudança ocorrida em sua compreensão do problema do fundamento da relação sujeito-objeto, partindo da análise de sua Dissertação Inaugural de 1770, passando pela carta a Marcus Herz de fevereiro de 1772 – que é comumente tida como o primeiro contexto de ocorrência do `problema crítico' – culminando com a análise de sua proposta de revolução copernicana e a defesa do idealismo transcendental a partir de 1781, na Crítica da Razão Pura e nos Prolegômenos.
PARTE I: A DISSERTAÇÃO DE 1770
Investigar as razões que levaram Kant a defender um certo tipo de `idealismo', já na Dissertação de 1770, no que toca ao conhecimento sensível, não obstante a manutenção de uma concepção `realista' (`transcendental') acerca da possibilidade de um conhecimento intelectual das coisas em si mesmas.
PARTE II: A CARTA A MARCUS HERZ DE FEVEREIRO DE 1772
Indicar a indefinição presente no pensamento de Kant no contexto da carta a Herz, no que toca à compreensão das relações entre sensibilidade e entendimento, bem como a restrição do `problema crítico' nesse período apenas à determinação do fundamento da objetividade das representações intelectuais, devido a dois motivos principais: (i) a confiança inquestionada na causalidade como garantia da relação entre as representações sensíveis e seus objetos, e (ii) um resquício não muito bem acomodado de racionalismo e de `realismo transcendental', expresso na suposição de que a faculdade intelectual poderia fornecer um acesso cognitivo às coisas `como elas são'.
PARTE III: A CRÍTICA DA RAZÃO PURA E OS PROLEGÔMENOS
A extensão do âmbito do `problema crítico' para a totalidade das representações, e o surgimento de um novo modelo de explicação da relação cognitiva, expresso pela proposta de `revolução copernicana'. Análise de seções como a Introdução e Prefácio da Crítica da Razão Pura, visando delinear a concepção geral de Kant acerca de seu novo método, seguida de análise de contextos nos quais esse método é posto em funcionamento de maneira concreta, com o fim de defender o idealismo transcendental, tais como o tratamento das formas do espaço e do tempo na Estética, a defesa contra a acusação de solipsismo no parágrafo 13 dos Prolegômenos, e a apresentação das condições para a objetividade da experiência, fornecida na Analítica, com foco nas seções do Esquematismo, das Antecipações da Percepção, das Segunda Analogia da Experiência, e do Segundo Postulado do Pensamento Empírico.